Os problemas de audição são uma realidade que afeta pessoas de todas as idades, dificultando a capacidade de desenvolver habilidades importantes para a vida em sociedade, interferindo no seu bem-estar e na qualidade de vida. A perda auditiva ou surdez pode ser congénita ou adquirida e possui diferentes tipos e graus.
A linguagem desempenha um papel muito importante na organização perceptiva, na receção e estruturação das informações, na aprendizagem e nas interações do ser humano. A audição constitui um pré-requisito para a aquisição e desenvolvimento da linguagem. Estas funções estão correlacionadas, mas são independentes.
A intervenção do profissional de Terapeia da Fala implica uma especificidade nas estratégias terapêuticas a adotar, oferecendo melhores oportunidades ao utente, de forma a potencializar as suas capacidades.
Na deficiência auditiva, de forma global, é privilegiado o desenvolvimento da linguagem e dos sons da fala. Nos casos de surdez, e numa filosofia de comunicação total, onde a língua gestual é a língua materna, é importante o desenvolvimento da leitura de fala, treino articulatório e auditivo, a leitura e a escrita. É ainda relevante promover a estimulação da linguagem oral em simultâneo com a aquisição da língua gestual.
A evolução dos conhecimentos deve ser dinâmica, o que implica atualizações constantes por parte dos profissionais envolvidos, devendo estes intervir de acordo com cada caso.
A Organização Mundial de Saúde (1994) define a qualidade de vida como: “a perceção de um indivíduo da sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (…)”.
Promover a qualidade de vida relacionada com a comunicação é um objetivo central na maioria dos esforços de reabilitação no contexto das patologias da fala e linguagem.