Com a descida da temperatura surgem também as ideias pré-concebidas da chegada (quase obrigatória) de uns quilos extra: ter mais apetite, praticar menos exercício físico e corpos escondidos pelas roupa são, muitas vezes, a justificação para comer mais!
Mas porque sentimos mais fome no Inverno? A explicação é muito simples.
Nos dias mais frios, o nosso organismo está sujeito a grandes alterações fisiológicas. De forma a manter a temperatura corporal estável e ainda garantir o correto funcionamento do organismo, verifica-se um aumento do gasto energético diário, combinado com o aumento das necessidades energéticas.
Este mecanismo de manutenção da temperatura corporal perante oscilações térmicas externas designa-se de termorregulação
A chegada do frio e a transformação dos dias de sol em dias cinzentos, desponta uma maior tendência para ficarmos em casa, reduzirmos a atividade física e aumentarmos a ingestão calórica. O maior consumo, aliado ao menor gasto, gera maior reserva energética – expressada na balança em quilos.
Quando comemos, produzimos calor para a transformação e a digestão dos alimentos, que se traduz numa sensação de conforto. Contudo, as escolhas alimentares tendem a ser de elevada densidade energética, ricas em gorduras e açúcares refinados.
Além da sobrecarga energética verifica-se um maior consumo de toxinas, pelo consumo de alimentos processados e industrializados, repletos de gorduras trans, açúcares, e que contêm conservantes e aditivos. O que por sua vez leva a uma maior sobrecarga hepática e acumulação de toxinas no tecido adiposo, responsável pelas sensações de inchaço, falta de energia, compulsão alimentar e diminuição do metabolismo basal.
Para responder a este aumento das necessidades energéticas de forma benéfica ao organismo, é importante manter ou aumentar o consumo de alimentos antioxidantes e desintoxicantes, como frutas e legumes, muitas vezes colocados de parte no Inverno.
Para uma alimentação saudável e equilibrada, nos dias mais frios, é importante manter a hidratação, sob a forma de água, chás ou infusões sem açúcar; aumentar a ingestão de verduras (sopa, legumes salteados, cozidos a vapor, etc., em substituição da salada) e frutas; preferir cereais integrais, uma vez que prolongam a sensação de saciedade pela sua riqueza em fibra; ingerir proteínas magras e manter a prática regular de actividade física.
Fontes:
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